5 de agosto de 2013

Wolverine - Imortal

The Wolverine*, EUA, 2013. Direção: James Mangold. Roteiro: Mark Bomback, Scott Frank. Elenco: Hugh Jackman, Tao Okamoto, Rila Fukushima, Famke Janssen, Hiroyuki Sanada, Svetlana Khodchenkova, Brian Tee, Hal Yamanouchi, Will Yun Lee, Ken Yamamura. Duração: 126 min.

Na cultura japonesa, Kuzuri quer dizer animal feroz com garras e sem medo. Uma figura mística, imortal, que está condenada a vagar pela terra solitariamente. "Você não quer ser quem eu sou", afirma o personagem novamente interpretado pelo ótimo Hugh Jackman. A busca existencialista de Logan no novo filme solo, Wolverine - Imortal, possui diversas semelhanças com outro filme de super-herói recente, O Homem de Aço.

Ambos os filmes exploram a solidão de um ser com força sobre-humana que é renegado por sua natureza. Igualmente, os dois dramas que os personagens vivem são freados pelo universo explosivo criado por seus diretores – aqui o diretor da vez é o irregular James Mangold (Johnny & June, Encontro Explosivo).

Não há, afinal, muita novidade na atmosfera que o anti-herói está envolvido: Logan vive quase como um eremita, buscando impedir o seu desejo por sangue, luta contra seus demônios, apaixona-se por quem aceita sua natureza, tem pesadelos diários, além de ser atormentado por quem matou. Envolve-se em um confronto contra a máfia japonesa Yakuza para honrar a memória de um antigo amigo. Nesta perspectiva, Mangold prefere a instabilidade mental de seu personagem, o que podemos visualizar em seus closes e nos planos inclinados, aos cortes rápidos comuns nas cenas de ação. A luta que ocorre em um trem bala no Japão é fascinante.

Wolverine, assim como outros heróis, sacrifica-se em prol da humanidade com frequência, mas também é vingativo. A sua busca é a de um soldado, não a de um homem comum, procura uma morte honrada – como é ressaltado no próprio longa-metragem. Caso o objetivo de Wolverine - Imortal seja o que a importante indústria Yashida, presente no filme, aponta em seu slogan, "um olho no passado e outro no futuro", o filme encontra sua finalidade; pois, ao mesmo tempo em que aborda alguns antigos e conhecidos mutantes, também nos guia para um novo e interessante futuro mostrado na cena pós-créditos. Todavia, se quisesse recomeçar de forma marcante a busca de Logan, o filme falha miseravelmente.


*Crítica publicada originalmente no Diário Catarinense.
                       
                                 

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