9 de junho de 2008

Sex and the City


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Certamente você já teve aquelas conversas de fim de noite em barzinho , que o cinema predominasse. Pois bem, numa dessas conversas fui surpreendido com um tema . Eu e meu gosto de filmes. A maioria da mesa concordou, que eu não me apaixonava mais por filmes , e tentava ver erros ou acertos no filme. Como o critico faz. E me esquecia de “entrar na tela”, e passar momentos com os personagens. E eu tenho de concordar , eu realmente sinto falta disto. De me emocionar em filmes por qualquer coisa , ou de apenas curtir o momento. A alguns anos atrás 4 amigas me fizeram felizes. Com seus ótimos sapatos e diálogos. Faziam com eu me sentisse realizado por estar vendo elas , e sofrer ou ficar feliz com cada mínima coisa que acontecia na série – Sex and the City.

Baseada no livro de Candance Buschnell , a série acompanhava a rotina de quatro garotas (retomada no filme). Carrie Bradshaw que trabalha como colunista de um jornal onde relata histórias sobre relações interpessoais e sexuais. Samantha Jones que trabalha como relações-públicas e está sempre atrás de um bom partido sem compromissos; Charlotte York, que trabalha numa galeria de artes. E Miranda Hobbes, advogada, racional, e a mais prática de suas amigas, sempre sabendo o que quer da vida (ou quase isso).

No fim da série , ficamos com dúvidas demais sobre o destino dos personagens e o rumo de suas vidas. Sex and the City – o filme , foi exatamente está resposta.

Há dois pontos para entendermos no filme. Um que para o fã da série, este filme vai ser um colírio para os olhos. Ou para quem nunca acompanhou a série , que vai achar uma péssima comédia romântica. Sex and the City nunca foi uma comédia romântica. Nunca tivemos na série romantismos tolos ou insignificantes vistos em muitos filmes por aí , que ainda conquistam públicos. A série sempre foi apenas uma reunião de amigas inseparáveis que tentavam conseguir um amor , e neste caminho tinham obstáculos que conseguiam por vezes arrancar boas risadas ou por outras sofrer com as personagens.

O que perdemos da série no filme , foram os excelentes pensamentos da colunista Bradshaw , que causava enormes reflexões a cada final de episódio. Isto perdemos no filme. Mas ganhamos no filme, o nome completo do Sr.Big , a sintonia entre estes e as amigas de Carrie, e o filme ainda consegue retomar um pouco da relação masoquista entre os dois. Em que sempre se machucaram psicologicamente , mas o amor é forte demais. O único problema desta relação é o final que adquire no filme. O que vai deixar criticos muito frustrados por não ter nada muito romântico. Mas como Bradshaw em uma das poucas boas frases que o filme faz , diz: - Estamos finalmente quebrando as regras. É isso que o filme faz , e só um verdadeiro fã da série vai entender o porquê de o filme acabar daquele jeito.

Em relação as atuações. Sarah Jessica Parker para a única e brilhante performance que já teve na carreira(na minha opinião). Faz mais uma vez um trabalho brilhante como a mulher que sempre levou tombos em matéria de amor que nem se abala mais. Chris Noth volta para o papel de Sr. Big , com o carisma que teve em toda a série. Que apesar de ser falho, sempre perdoamos junto com Carrie esse personagem , e sabemos que os dois são feitos um para o outro. Com trejeitos inesquecíveis do seu personagem , Noth me fez dar um sorriso a cada aparição dele na tela.

Kim Catrall segue firme como a mais engraçada nas telas. A cada frase ou situação de Samantha caímos na gargalhada. Cynthia Nixon como Miranda volta como a advogada que sempre vê os dois lados da moeda e o que fazer em uma situação.

Kristin Davis volta com um timing coming matador. Tem muito mais espaço para ela que para Miranda por exemplo. E cria situações constrangedoras , mas porém divertidas. E ao passo que Evan Handler , Jason Lewis e Jennifer Huddson não tem tanto espaço para falarmos de seus personagens.

Outro problema do filme é o tempo de duração para um filme de comédia romântica. Mas para fãs isto vai ser extremamente agradável , já que iremos passar mais algum tempo na presença destas adoráveis mulheres. Portanto não sendo um fator contra.

Faturando quase 100 milhões de dólares só nos EUA. Sex and the City provavelmente terá um continuação apesar das péssimas criticas. Mas eu não venho, hoje, escrever como critico , mas sim como fã. E pode ter certeza que vou para a próxima sessão de Sex and the City , como fui nesta. Com um largo sorriso no rosto e algumas lágrimas , por ver novamente estas quatro amigas , que fizeram parte da minha vida.

(4 estrelas em 5)

4 de junho de 2008

As Crônicas de Nárnia - Príncipe Caspian


Confesso que nunca tive a oportunidade de conferir os livros de C.S.Lewis. Mas fui pego de curiosidade em quase todos os fatores por este novo filme de Nárnia: Príncipe Caspian.
Comecei a pesquisar no próprio wikipédia. E achei que Lewis teria começado Nárnia em 1950. Enquanto Tolkien teria publicado seu maior sucesso, o inesquecível “O Senhor dos Anéis” em 1949.

Eu levantei esta questão pois em momentos de Príncipe Caspian chega a ser engraçado como as duas obras se parecem. Em um momento da sessão, uma certa pessoa quase se levantou da poltrona falando em voz alta, que já tinha visto isto em Senhor dos Anéis. Para ser mais exato foi na cena em que Aslam volta com árvores enfurecidas pelo desmatamento que o rei está causando e se juntam a guerra aos grandes reis. Isto pode ser explicado (também visto na wikipédia) por Tolkien e Lewis serem grandes amigos e freqüentarem algumas sociedades parecidas. O que torna a obra de Lewis – se você é fã de Tolkien ou suas obras – mais curiosa ainda ao ser assistida.

Baseado nas Crônicas de Nárnia, uma série de sete livros infantis, e na Crônica do Príncipe Caspian (o quarto livro da série). A trama começa um ano depois dos incríveis acontecimentos de O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, os reis e rainhas de Nárnia se vêem de volta ao longínquo e maravilhoso reino e descobrem que mais de 1300 anos narnianos se passaram. Durante sua ausência, a Era de Ouro de Nárnia foi extinta, Nárnia foi conquistada pelos Telmarines e agora está sob o domínio do maligno rei Miraz, que governa impiedoso a terra.

As quatro crianças logo encontram um novo e intrigante personagem: o herdeiro legítimo do trono de Nárnia, o jovem Príncipe Caspian, que foi forçado a ficar escondido enquanto seu tio Miraz planeja matá-lo para dar o trono a seu filho recém-nascido. Com a ajuda de um gentil duende, de um corajoso rato falante chamado Reepicheep, de um texugo chamado Trufflehunter e do Duende Negro, Nikabrik, os narnianos, liderados pelos poderosos cavaleiros Peter e Caspian, embarcam em uma fantástica jornada para encontrar Aslam, retirar Nárnia do domínio tirânico de Miraz e restaurar a magia e a glória da terra.

O grande problema dos filmes de Nárnia, se você der uma boa olhada, são os atores. Diferentemente de Harry Potter que sempre conta com grandes participações (Alan Rickman, Gary Oldman, Emma Thompson , Michael Gambon , entre outros) , Nárnia tem um elenco pouco conhecido do publico , o que já trás certa desconfiança , e ainda não tem quase nenhum carisma em tela. Você pode perceber em determinados momentos que você nem sabe quem são os dois irmãos na plataforma do trem no período da luta, ou nem lembramos os nomes dos personagens - se como eu, você não leu o livro, obviamente – tanto no começo quanto no decorrer da trama em alguns casos. Vide a cena em que (esperem um pouco , que esqueci do nome... hummmm) Edmundo (Skandar Keynes), acho que é isso, sugere para o rei que Pedro (William Moseley) o desafia para um duelo , e quem vencesse ganharia a guerra. Neste momento me endireitei na cadeira, pois até aquela cena pensava que Edmundo era o próprio Pedro. Coisa que não acontece com Lucia (Georgie Henley), por exemplo, não que isso seja favorável a ela, muito pelo contrário; guardamos seu nome para lembrarmos que ela é uma das piores em matéria de atuação ou a que tem menos diálogos imbecis no decorrer da trama. Algo que infelizmente, se conta muito presente no filme. Temos também a presença de Susana (Anna Popplewell), e confesso que até eu começar a escrever esta critica não sabia o nome dela. E claro a melhor atuação da trama vai para alguém que não é de carne e osso na trama. Liam Nelson que faz o leão Aslam que é o único que realmente nos importamos com o seu destino e sua presença na trama.

Andrew Adamson que já havia dirigido o primeiro aqui volta tentando guiar o filme para um caminho mais negro (o que ocorreu com a franquia Harry Potter), só que além de não ter o talento de David Yates (Harry Potter e a Ordem da Fênix), se esquece da sua própria proposta na metade da trama, onde voltamos para o clima de filme infantil e para diálogos estúpidos criados pelos roteiristas Christopher Markus, Stephen McFeely, e o próprio Andrew Adamson. Onde temos a famosa e desastrosa cena em que Lucia beija o Príncipe e Susana diz: - Está aí uma coisa que vou entender quando for mais velha. E Pedro diz: - Sou mais velho e ainda não entendo. Sério mesmo? Isso foi o melhor que três mentes conseguiram pensar? Um adolescente que já foi um rei poderoso e adulto ainda não entende um beijo?

Vocês, leitores e cinéfilos, devem estar imaginando o porquê desta cotação boa para o filme. Simples. Ainda que o filme seja extremamente falho em vários aspectos, é incrivelmente superior ao primeiro e desastroso filme. E isso é o que basta para você se divertir com o filme, ao menos até os 15 minutos finais.

Primeiramente a musica de Harry Gregson-Williams é brilhante. Transforma o filme no que o diretor Adamson estava disposta a fazer, mas não conseguiu ; transformar o filme num clima mais sombrio em diversas partes do filme. E por isto, merece uma salva de palmas. Mas em compensação a fotografia de Karl Walter Lindenlaub apesar de ser belíssima, não combina com o clima proposto por Willians e Adamson nos minutos iniciais. Criando um clima fascinante para uma trilha apavorante. Coisa que não ajuda a narrativa. E temos o figurino que sempre tem chances de arrancar uma estatueta para si.

Voltando as atuações temos um Príncipe Caspian (Ben Barnes) que não consegue passar em nenhum momento a dramaticidade que precisaria para o espectador, o que fica expresso na cena em que trava uma verdadeira confusão em sua mente na hora de matar o tio. E nem o romance de Lucia e Caspian fica bem em tela. Já que mesmo sabendo do destino entre os dois, que fica absolutamente claro em sua primeira troca de olhares. Não nos importamos com eles. E fica bem claro que o casal não tem absolutamente nenhuma química. Tanto que em determinada parte do filme, Lucia diz para o Príncipe: - Fique com isto, alguma hora você pode precisar me chamar de volta. O que nem Susana conseguiu entender. E disse brilhantemente: - Isto foi o melhor que podia fazer? Algo que já tinha indagado antes nesta critica.

Ao final da sessão fiquei confuso no número de estrelas que iria dar para o filme, coisa que não costumo ficar indeciso. Mas como havia prometido a eu mesmo tirar uma estrela do filme por não passar o trailer do novo Batman. Brincadeiras à parte. Fiquei extremamente satisfeito de ter ido numa sessão de Príncipe Caspian. Pois mesmo sendo falho, não deixa de entreter o espectador e mesmo diverti-lo em alguns momentos. E muitas vezes é isso que se torna diferencial no cinema.

(3 estrelas em 5)

Obs: sinopse tirada do site www.mauavirtual.com.br