29 de março de 2012

Despertar, O

 

The Awakening, Inglaterra, 2011. Direção: Nick Murphy. Roteiro: Nick Murphy e Stephen Volk. Elenco: Rebecca Hall, Dominic West, Imelda Staunton, John Shrapnel e Isaac-Hempstead Wright. Duração: 107 minutos.


No fundo, “O Despertar” tem uma idéia parecida com a do igualmente fraco “O Último Exorcismo”: explorar um duelo entre o sobrenatural e o ceticismo, mas que no final sempre acaba remetendo ao primeiro caso e na transformação do protagonista por presenciar algo assustador. Ou seja, não apenas parecido em sua idéia com o filme de Daniel Stamm, o filme dirigido por Nick Murphy nos apresenta não só uma trama extremamente previsível e comum, como também dá para ela um desenvolvimento que certamente deixaria Rob Zombie com orgulho.

Escrito pelo próprio Murphy, em parceria com Stephen Volk, a história gira em torno de Florence Cathcart (Rebecca Hall), a nossa protagonista cética, que até o final do filme será a mais nova personagem fragilizada diante de uma situação que ela não poderá entender. Assim, Florence acaba aceitando o pedido de Robert Mallory para visitar um internato que está sendo tomado por visões fantasmagóricas. Logo, como sabemos, a protagonista finalmente começa a entrar em choque com suas crenças quando fatos inexplicáveis e sobrenaturais começam a ser freqüentes no local.

21 de março de 2012

As Aventuras de Agamenon, O Repórter

 


Idem, Brasil, 2012. Direção: Victor Lopes. Roteiro: Hubert e Marcelo Madureira. Elenco: Marcelo Adnet, Hubert, Marcelo Madureira, Luana Piovani, Pedro Bial, Fernando Henrique Cardoso, Ruy Castro e Fernanda Montenegro. Duração: 74 minutos.

As Aventuras de Agamenon é uma esquete estendida de Casseta e Planeta travestida de humor. Porém, muito mais insuportável e doloroso que o programa de “comédia” (sempre entre aspas, por favor) da Rede Globo, o longa-metragem que é roteirizado por nada menos que Hubert e Marcelo Madureira saídos (adivinhem de onde?) do falecido programa tenta ser uma tentativa nada natural e lamentável de unir Borat e Forrest Gump num mesmo filme – algo que mostra-se muito mais fatal do que uma maratona das filmografias de Rob Schneider, Eddie Murphy e Adam Sandler em seqüência. 

Lançado (não encontrei outra palavra) contra a população mais rápido do que se espalha o vírus ANTRAX, a narrativa descrita por Hubert e Marcelo Madureira gira em torno do asqueroso repórter Agamenon, uma junção mortífera de Borat, “Seu Creysson” e Lúcifer. Ponto. Sim, essa é a “história”. Não há qualquer outra coesão que possa ser explicada ou acentuada em um parágrafo que descreva a trama.

20 de março de 2012

Lorax: Em Busca da Trúfula Perdida, O

  



Dr. Seuss’ The Lorax, EUA, 2012. Direção: Chris Renaud e Kyle Balda. Roteiro: Ken Daurio e Cinco Paul, baseado no livro de Dr. Seuss. Elenco: Danny DeVito, Ed Helms, Zac Efron, Taylor Swift, Betty White e Rob Riggle. Duração: 86 minutos.

Tentando se desvencilhar da onda de animações adultas que tomou de assalto as telas, a proposta de Lorax é até interessante: conscientizar as crianças a ações melhores para mudar a maneira como enxergamos a natureza e o que estamos fazendo para impedir ações que a destrói. Entretanto, o grande problema do longa acaba sendo, justamente, unir essa abordagem infantil com uma pretensão gigantesca que tenta abraçar o máximo que consegue (poluição, desmatamento, falta de água, etc) – transformando o que era para ser uma trama mágica e sem grandes pretensões em algo tolo e caricatural.

Escrito por Ken Daurio e Cinco Paul (responsáveis por coisas como “Meu Papai é Noel 2” e “Jimmy Bolha”), baseado no livro de Dr. Seuss, a trama gira em torno do pequeno Ted que embarca numa “aventura” para encontrar uma trúfula (uma espécie de árvore de algodão doce) para finalmente conquistar a garota de seus sonhos. Para encontrá-la, porém, Ted tem que sair dos arredores de sua cidade para ouvir a história de Once-Ler e descobrir como chegar até a sonhada trúfula.

19 de março de 2012

Shame


 
Idem, Inglaterra, 2011. Direção: Steve McQueen. Roteiro: Steve McQueen e Abi Morgan. Elenco: Michael Fassbender, Carey Mulligan, James Badge Dale e Nicole Beharie. Duração: 101 minutos.

Depois da boa estréia na direção com o pesado Hunger, o promissor Steve McQueen se junta novamente ao igualmente promissor Michael Fassbender para compor mais uma obra absolutamente tensa e que trata sem nenhum pudor ou desonestidade a devassidão humana e até onde alguém viciado pode ir – desinibindo-se de esquemáticas e fornecendo uma das visões mais duras e honestas que o tema poderia proporcionar.

Escrito pelo próprio McQueen, com a parceria de Abi Morgan, a história gira em torno de Brandon (Fassbender), um homem bem sucedido e compulsivo sexual que tem sua rotina quebrada pela chegada de sua irmã, Sissy (Carey Mulligan).

12 de março de 2012

Poder Sem Limites

   



Chronicle, Inglaterra/EUA, 2011. Direção: Josh Trank. Roteiro: Max Landis. Elenco: Dane DeHaan, Alex Russell, Michael B. Jordan, Ashley Hinshaw, Michael Kelly e Bo Petersen. Duração: 84 minutos.

Quando escrevi sobre a série Dawson’s Creek, certa vez, disse que era uma surpresa que uma série com temática adolescente conferisse diálogos tão inteligentes e maduros que fazia com que o espectador simpatizasse por aqueles personagens e quisesse fazer parte da vida daquelas pessoas. Poder sem Limites almeja a mesma coisa: estabelecer seus personagens como adolescentes precoces e vividos, além de oferecer um uso surpreendente do gênero mockumentary (cada vez mais desgastado). Contudo, o filme até consegue utilizar o gênero de uma maneira fascinante, mas não percebe que para compor personagens curiosos ou inteligentes precisa bem mais do que citações de Platão ou Jung.

Escrito por Max Landis, a história gira em torno de três amigos que passam a ter super poderes depois de ter encontro com uma espécie de “força” magnética. No início, os poderes são utilizados para brincar com atividades cotidianas (como jogar pedra no mar ou assustar crianças em lojas de brinquedos), mas à medida que os poderes dos garotos vão se desenvolvendo, suas “brincadeiras” também...