11 de maio de 2011

Divagando sobre Cannes – 1ª parte

"Midnight in Paris" ou "aquele filme com a Carla Bruni" abriu o Festival
Em meio a aplausos e à magnificência parisiense iniciou-se nessa quarta-feira (11), um dos maiores festivais de cinema do planeta, Cannes. O filme que abriu o Festival foi o novo de Woody Allen “Midnight in Paris” que já começou a ter seus primeiros comentários positivos e outros nem tanto. Um dos principais críticos brasileiros, Luiz Carlos Merten achou que o filme ganha sobrevida em momentos, as piadas de Allen são excelentes e Marion Cotillard dá show (para variar, diz ele!). Isso sem Merten ser fã da atual fase de Allen – o que entrou em foco em outros comentários a cerca do projeto. A crítica do Daily Telegraph, por exemplo, disse que o novo filme do diretor não é tão terrível quanto os outros mais recentes. Em contrapartida, a crítica Stephanie Zacharek do Movieline rasgou-se em elogios ao descrever “Midnight in Paris” como o melhor filme do Woody Allen nos últimos 10 anos ou talvez 20. É esperar para ver, sou fã demais da filmografia atual de Allen! Contemplo “Match Point” e “Tudo Pode dar Certo” como filmes igualmente poderosos aos melhores do diretor.

Recebendo o prêmio horário do Festival, o cineasta italiano Bernardo Bertolucci está sendo lembrado na mídia muito pelo seu “mais conhecido” O Último Tango em Paris ou o “Filme do Marlon Brando” – se preferirem chamar assim. Bertolucci é único e seu cinema foi muitas vezes criticado sem fundamento pelos mesmos senhores (claro, não todos) que o aplaudiram nessa manhã. Pessoalmente, adoro o cinema de Bertolucci. Acho perspicaz, muitas vezes inconclusivo, sofisticado e controverso – o próprio “Le Dernier Tango à Paris” foi considerado sujo e erótico na época de seu lançamento. Nada mais justo era que De Niro entregasse na mão de seu mestre o prêmio honorário. Quem não se lembra do filme maravilhoso “ 1900” ? Um acontecimento no cinema italiano! Épico! Entre outros adjetivos que teimam em não brotar em minha mente nesse momento.

Bertolucci ainda falou que não se sentia capaz de fazer mais filmes nos tempos de hoje e que Avatar assombrou o diretor por tamanho desempenho. Bobagem! Avatar é um grande filme, claro!, mas coloque-o em uma mesma votação de críticos (entendidos, obviamente) e terá o resultado que Os sonhadores é muito maior que Avatar. Ou apenas estou divagando sobre uma justiça inexistente no mundo atual. Mas temos que concordar... Os Sonhadores é uma obra-prima e não pode ser comparado com Avatar, principalmente em narrativa, por mais que o outro seja mais importante em apresentar de forma mais sofisticada um novo tipo de tecnologia. Claro, voltam àqueles mesmos e corretos argumentos: os dois filmes têm abordagens diferentes e não podem ser comparados. Não me culpe, Bertolucci fez a “cagada” primeiro!


A espera mais aguardada, o filme “A Árvore da Vida”, ficou para segunda-feira (16). Todos alucinados para ler os primeiros reviews que sairão dos lápis, canetas e páginas do Word de raros. Invejo cada um desses! E me vejo obrigado a apenas embarcar nos escritos, axiomas ou sofismas de alguns. O que talvez seja um tiro no pé e faça meu texto perder total sentido. Acho que estou divagando mais uma vez. Enfim, todos bem vindos a Cannes; a temporada de premiações começou!

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