26 de maio de 2008

Grace is gone



John Cusack.Humano.Familia.Realista.Reflexões de uma guerra que não existe.Pontos chaves da trama de Grace is gone , que irá fazer os espectadores se apaixonarem por mais um brilhante filme neste ano de 2008.

Stanley (John Cusack) vê sua vida calma e previsível mudar com a notícia de que sua esposa morreu enquanto lutava no Iraque. Stanley tenta cuidar de suas duas filhas, uma com doze anos e outra de oito anos. Desesperado pela tragédia que afligiu a família, a responsabilidade de cuidar das duas meninas sozinho e não podendo suprir as saudades que elas têm da mãe, apesar de se um pai atencioso, ele decide sair com meninas em uma viagem.

Além da Linha Vermelha , Quero ser John Malcovich , Alta Fidelidade , O Juri e Identidade. John Cusack é conhecido por filmes menos comerciais, e tanto que vem conquistando publico e critica.John Cusack pode ser a prova(e na minha opinião é) que o Oscar nem sempre se lembra de atores fantasticos em filmes fantasticos. Vale lembrar que Cusack por Alta Fidelidade e agora Grace is gone não ganhou o premio da Academia.

Mas porque começei com John Cusack? Pois ele é a chave de toda a estrutura dramática no filme. E que dramaticidade. Cusack nos consegue passar um ser absolutamente comum como Stanley. Nada de ganchos. Nada de loucos. Nada de personagens caricatos. Uma pessoa que poderia ser você ou eu. Muitas cenas mostram absolutamente isso: Seu descontrole emocional com o seu irmão , e seu afastamento do mesmo; o controle que tem em seu dinheiro e na comida em casa; ou a sua tentativa de aproximação com as filhas; poderiamos encaixar até seus oculos escuros e de grau , que lembra certamente os oculos que nosssos pais usavam ou usam. E Cusack não nos mostra só ele em tela , ele se mostra o grande ator que é em cenas , como já citada , simples. Quando agride seu irmão o espectador além de ficar supreso sente um arrepio no olhar de Cusack com seu descontrole.Coisas que são dificeis ver no cinema por serem consideradas muito simplórias; aqui fecha como uma luva e o poder que elas tem no espectador vai ser dificil esquecer por muito tempo.

E essas cenas simples que tornam o filme uma obra-prima e humano , um dos poucos que vi.Um exemplo é a viagem que o pai decide fazer com as filhas pois quer se ver longe do problema da morte da mulher e quer criar coragem para contar a suas filhas sobre a mãe. O filme é o caminho que o pai vai levar com suas filhas e como a familia deve aceitar esta perda , fechando num arco final extremamente elegante e distinto.

A direção de James C. Strouse é extremamente descuidada em certos momentos , como na cena em que Stanley ouve o telefone tocar e a tomada da câmera muda rapidamente e sem sentido; mas em outros momentos faz um trabalho perfeitamente realista , o que o filme tem de sobra. Um exemplo é as cenas filmadas do carro da familia. Tudo é feito mostrando o carro pelo lado de fora , para estar mais na visão do espectador.

Strouse ainda investe um pouco por cima na guerra do iraque e o seu abalo na familia.Que seria a intenção do roteiro desde o inicio. Como a cena em que o exercito americano bate a porta de Stanley e ele é extremamente hostil. Os soldados se autoconvidado para entrar na casa e Stanley não deixando, já sabendo o que tinha acontecido com sua mulher , e a negação para a ajuda oferecida pelo exército.

A quimica entre Cusack e Gracie é notável também. E isso fica mais interessante pois Gracie em nenhum momento é vista na trama , nem ao menos em flashback. Aliás, diga-se de passagem excelente sacada do diretor que deixa a trama num realismo absoluto , já que só vemos uma foto dela na casa do irmão de Cusack.Mas mesmo não sendo vista , ainda acreditamos no amor absoluto que Cusack tinha com sua mulher. Mesmo com as desavenças do casal , que sempre acontece , vemos nos olhos de Cusack uma expressão de dor e o querer esquecer a vida. E sua paixão pela mulher e demonstração de , é algo essencial para a tramar e merece uma salva de palmas para Cusack que consegue fazer o melhor trabalho de sua carreira e um dos melhores que vi nos ultimos anos.

E não esquecendo é claro das ligações que Stanley faz para a mulher , ainda tentando colocar em sua cabeça que Grace não se foi , e tudo aquilo não passa de um pesadelo. E isso misturada com a excepcional trilha sonora de Clint Estwood formam várias lagrimas derramadas durante a sessão.

Com ainda atuações cativantes das pequenas Emily Churchill e Rebecca Spence , o filme é um marco cinematográfico em genero e atuações. Um dos poucos filmes humanos que vão conquistar publico e critica. E é claro a memoravel atuação de Cusack que transforma um filme num pedido para Deus pelo espectador que Stanley só estava num sonho ruim , e que Grace realmente não se foi.

(5 estrelas em 5)

Um comentário:

Rodrigo Fernandes disse...

poxa, soube desse filme pela trilha sonroa do Jamie Cullum... da qual sou fanzaço... e pelo jeito a trilha vem acompanhada de um ótimo filme...
é só esperar para que venha ao país, pois não sei quandoe streia ou se já tem título em portugues, distribuidora, enfim.. tomara que não ganhe o mesmod estinod e tantsa outras produççoes excelentes, porem indepedentes que demoram para vir pra cá...
abraços!!!