26 de dezembro de 2021

Lista: Os 50 melhores filmes de terror de 2021


Num ano atípico como o que passamos, a morte e o contato dela com seus protagonistas continua fundamentando o terror moderno. Tramas mais maduras sobre horrores políticos, violência doméstica e a compreensão do fim da vida, complementam-se aos zumbis, exorcismos e traumas psicológicos e familiares.

A seguir, eu listei os meus 50 filmes de terror favoritos de 2020. Pela segunda vez, desde que faço essas listas, não fiz um vídeo comentário; optei por comentário escrito. A lista é em ordem decrescente (e busquei deixar o título original das obras).
 
50. The Deep House, de Alexandre Bustillo e Julien Maury
 
Gosto do cinema de Alexandre Bustillo e Julien Maury que já nos presentearam com A Invasora, e estou disposto a perdoar o fraquíssimo Leatherface. The Deep House é atmosférico e conta com uma premissa curiosa. Seu maior equívoco é não se decidir, entre cortes, que tipo de narrativa quer ser, fazendo, desta forma, que o mockumentary soe deslocado aqui e ali. Outro erro é a coincidência absurda envolvendo Pierre. Mas é certamente uma experiência divertida.
 
49. Mosquito State, de Filip Jan Rymsza
 

Um pouco do cinema marginal de Cronenberg é poetizado neste Mosquito State, no qual um homem passa a perceber aos poucos o que lhe cerca no mundo capitalista que habita.

48. A Classic Horror Story, de Roberto De Feo e Paolo Strippoli
 
 
Uma Clássica História de Terror é inteligente, autorreferencial e contém uma série de influências que vão desde Dario Argento e Robin Hardy até Tobe Hooper e Eli Roth (pois é). Talvez a sua resolução não seja tão evocativa e intrigante quanto o ótimo suspense do segundo ato.

47. The Scary of Sixty-First, de Dasha Nekrasova
 

A história pensada por Madeline Quinn e Dasha Nekrasova tem cara de um filme mal acabado, mas consegue evocar a sexualidade e o aspecto sensorial das emoções de suas personagens. Há uma vibe Anna Biller fortíssima e parece um filme saído dos anos 60.

46. De uskyldige, de Eskil Vogt

 

Do diretor do excelente Blind, Eskil Vogt, é uma cruza mórbida entre Chronicle e The Children, de Tom Shankland. Crianças despertam poderes ocultos ao ficarem longe dos pais, livres, no campo, mas ao mesmo tempo se mostram incapazes de lidar com suas consequências.

45. Knackningar, de Frida Kempff

O tormento da protagonista deste filme de Frida Kempff cristaliza o medo de um paciente psiquiátrico não se sentir ouvido ou levado a sério, após voltar a viver na sociedade.

44. Herederas, de Carlos Marbán

Uma obra intrigante e bem escrita sobre uma família impactada pela morte.

43. Sanzaru, de Xia Magnus

Com baixíssimo orçamento, mas com uma história envolvente, o filme de Xia Magnus prende a nossa atenção do início ao fim, oferecendo um retrato eficiente sobre uma família que tenta a todo modo deixar seu passado junto às paredes de uma casa em ruínas.

42. Last Night in Soho, de Edgar Wright


Ainda que o terceiro ato seja um desastre, há uma sedução inegável no excepcional segundo ato do filme, junto com as atuações extraordinárias de Matt Smith e Anya Taylor-Joy, que trazem extravagância, volúpia e crime para uma trama que ainda estava presa à ingenuidade nostálgica.

41. Vicious Fun, de Cody Calahan

Uma sociedade anônima de serial killers que se reúne durante a noite para contar histórias de matanças é uma premissa maravilhosa. O diretor de Let Her Out e Antisocial parece estar se divertindo tanto quanto seu público. É sem dúvidas seu melhor filme até hoje.

40. The Bloodhound, de Patrick Picard

Estranho, teatral e claustrofóbico, esse thriller marca uma promissora estreia de Patrick Picard.

39. The Djinn, de Davjd Charbonier e Justin Powell


É intrigante seu ato final e a forma manifestada do demônio. Mesmo que pareça andar fora dos trilhos, o filme permanece coeso e mostra uma diferente ideia para o monstro que pensamos estarmos livres.

38. Initiation, de John Berardo


As influências de Pânico são perceptíveis, com o acréscimo de novas mídias, novos comportamentos e novos horrores. Iniciação é uma obra moderna, sem dúvidas. É um slasher elegante e eficiente.

37. The Toll, de Michael Nader

Um esquisito motorista de aplicativo seleciona a passageira que quer pegar. A tensão da personagem que entra no carro nos acompanha durante o primeiro ato até que tanto ela quanto o motorista esquisito são escolhidos por uma entidade na estrada, que também seleciona quem passa por elas.

36. Hunted, de Vincent Paronnaud


Uma lenda sobre lobos e sua relação com humanos é contada por uma mulher que ressalva que os lobos nunca foram o problema da sociedade – os homens, sim. Do diretor de Persepolis, um thriller bem dirigido, atuado e crível.

35. I Blame Society, de Gillian Wallace Horvat


É da família de filmes como Death of a Vlogger e Capture Kill Release. Gillian Wallace Horvat é carismática e sabe entreter o suficiente na sua dubiedade representativa.

34. Jakob's Wife, de Travis Stevens


Uma esquisita e cômica história da esposa de um reverendo que vira uma vampira. Violento e divertido, é um filme eficiente e com uma performance marcante de Barbara Crampton. O olhar dela ao ser pega com um corpo degolado na cozinha me fez gargalhar.

33. Le Calendrier, de Patrick Ridremont

Divertido e obscuro filme, de Patrick Ridremont, que parece saído de um episódio de Clube do Terror ou de Além da Imaginação, já que transita entre o macabro, o sci-fi e o infanto-juvenil. Conta com uma boa protagonista, além de uma atmosfera envolvente e com ramificações delicadas.

32. Superhost, de Brandon Christensen

Do diretor de Z e Still/Born, uma cruza entre Creep e The Rental.

31. Broadcast Signal Intrusion, de Jacob Gentry


Esse híbrido giallo-noir noventista é envolvente, misterioso e consegue expor a sintomática loucura de seu protagonista.

30. Oxygène, de Alexandre Aja

Como já fez antes, Aja controla como poucos o tempo e o espaço que a protagonista tem pela sua frente. E enquanto a trama muda de percurso, com algumas questões que provavelmente carecem de profundidade pela duração e dispositivo usado, a tensão e o medo pelo destino da protagonista não diminuem.

29. Censor, de Prano Bailey-Bond


"As pessoas acham que eu crio histórias de horror, mas o horror já está em nós. Eu só libero a sensação".

Um pesadelo onírico sobre uma personagem que se perde dentro dos filmes que censura.

28. We Need to Do Something, de Sean King O'Grady


"Algo vai acontecer e nossa vida vai melhorar".

O drama familiar que assola os personagens do filme de Sean King O'Grady vai criando uma tensão sintomática e instigante que nos limita a visão apenas daquilo que acontece no banheiro em que estão presos. A dinâmica é eficiente e, mesmo que as dúvidas permaneçam, o caminho vale o suspense.

27. The Conjuring: The Devil Made Me Do It, de Michael Chaves

Certamente, um filme menor que os dois primeiros. Michael Chaves não consegue calçar os calçados deixados por James Wan e sua visão estruturalmente empolgante. As rimas visuais aqui e ali são puramente exercícios de estilo e pouco (ou nada) acrescentam. É decoração. Assim como os personagens da história são dispensáveis. Por outro lado, o amor de Ed e Lorraine é puro, palpável e nostálgico, do mesmo modo que as homenagens a'O Exorcista e Psicose são incríveis.

26. Titane, de Julia Ducournau

Num filme bruto, incômodo e visualmente impactante, Vincent Lindon é o equilíbrio.

25. Lucky, de Natasha Kermani

 

Eu vou lutar pela minha vida novamente, amanhã.

Lucky é escrito por Brea Grant, a roteirista de 12 Hour Shif, que aqui estrela um horror interessantíssimo e diferenciado sobre mulheres que precisam matar assassinos potenciais todos os dias, sem que ninguém consiga ajudá-las a não ser elas mesmas. É uma obra cheia de personagens indulgentes e, por vezes, bastante profunda sobre a vastidão de frases prontas e repetições de uma rotina conhecida. O terceiro ato é apaixonante, embora torne as coisas mais óbvias do que o resto do filme.

24. Saint Maud, de Rose Glass

Filmado na perspectiva da protagonista, o filme de Rose Glass testemunha o que Maud imagina, sente e se aflige. Mesmo quando parece belo, aterroriza - tal qual a cena final.

23. Werewolfs Within, de Josh Ruben


Um simpático whodunnit com lobisomens e personagens socialmente excêntricos, com destaque para a atuação de Milana Vayntrub. A direção de Josh Ruben me parece menos extravagante do que em Scare Me, o que dá espaço para o roteiro engraçadíssimo de Mishna Wolff brilhar.

22. Psycho Goreman, de Steven Kostanski


 - Monstros existem?
- Bem, veja bem, Luke: de várias maneiras, os humanos são verdadeiros monstros. Então, eu devo dizer que sim.

Nada inocente sobre o nonsense de sua obra, o diretor de The Void volta a criar uma obra violenta, bizarra e divertida. Há algo de Joe Dante em Psycho Goreman, no qual um monstro é controlado por... crianças. A personagem de Mimi é memorável.

21. Gaia, de Jaco Bouwer


Gaia é um sci-fi da África do Sul bem Lovecraftiano. Dirigido por Jaco Bouwer, o filme transita entre fé e ciência, moderno e antigo, além das relações humanas frente ao desconhecido.

20. Fear Street 1994/1978/1666, de Leigh Janiak


Da promissora diretora de Honeymoon, Leigh Janiak, Fear Street é uma trilogia eficiente e encantadora, com três atos orgânicos e românticos. O melhor é o primeiro, mas o segundo é uma cruza divertida entre Acampamento Sinistro e Sexta-Feira 13, enquanto o terceiro nos traz influências lógicas de um bom folk horror.

19. Rent-A-Pal, de Jon Stevenson

Rent a Pal é o primeiro filme de Jon Stevenson. É uma história psicologicamente trágica de alguém que sucumbe aos pensamentos sociopatas e passa a se desprender da realidade desesperadamente.

18. In the Earth, de Ben Wheatley

In The Earth, de um dos meus diretores favoritos, Ben Wheatley, é cheio de adrenalina, é enlouquecedor e é violento (a cena dos personagens apanhando na barraca é uma das mais fortes do ano, pra mim). É uma trama simples: dois cientistas numa floresta encontram um homem que mora ali e tem uma teoria sobre o mundo. A música é do genial Clint Mansell. Reece Shearsmith é um coadjuvante memorável.

17. Prisioners of the Ghostland, de Sion Sono


O grito divertido, violento e amalucado de Sion contra a tirania.

16. Seance, de Simon Barrett

Um slasher sobrenatural de muito bom gosto, onde as mulheres são naturalmente a referência de inteligência e força.

15. Ratu Ilmu Hitam, de Kimo Stamboel

Ratu Ilmu Hitam (ou The Queen of Black Magic) contém uma das melhores cenas de terror do ano, que mostra uma anoréxica na frente de um espelho. É escrito por Joko Anwar, o mesmo de Impetigore e Satan's Slaves, embora não seja dirigido por ele. Narra a maldição de um orfanato na vida de famílias distintas e o passado recaindo sobre todas essas pessoas. É atmosférico e tem um segundo ato muito empolgante, no qual se observa até mesmo a influência do cinema de James Wan (como na cena da televisão e a assustadora personagem Ms Mirah se arrastando pela sala).

14. Sator, de Jordan Graham


Memórias e traumas fazem parte do comportamento diário do protagonista de Sator. Aos olhos do espectador, o personagem vive em solidão, amedrontado e com forte influência do demônio que povoou sua casa ao longo dos anos. Família e superstição são as palavras chaves deste drama aterrorizante de Jordan Graham, onde vozes e sons de um nome enunciado são repetidos ao decorrer de uma atmosfera angustiante. Há influência de Oltre il guado e outros terrores modernos, como Kill List.

13. Silent Night, de Camille Griffin

Camille Griffin cria uma obra sobre a inescapabilidade da morte. É um filme que nos coloca diante do que não se pode fugir, apenas aterrorizar e nos tornar nostálgicos. Curiosamente cômico no início, a medida que Silent Night avança ele passa a nos imergir dentro de um mundo perdido em sua natureza. É tão belo quanto trágico.

12. The Humans, de Stephen Karam


Uma das cenas mais comoventes deste filme de Stephen Karam é quando a avó replica um canto de ação de graças iniciado pela família. É como se o diretor permitisse um momento de felicidade para pessoas presas em um apartamento, lidando com o tempo, o espaço e suas emoções. O diretor nos move por corredores estreitos, paredes cheias de rachaduras e pelos dramas dos cinco familiares - alguns em menor e outros em maior grau. É o horror e o belo das relações humanas exposto com honestidade. O terceiro ato causa arrepios. Jayne Houdyshell é espetacular e deveria ser indicada a melhor atriz coadjuvante em qualquer premiação.

11. Slumber Party Massacre, de Danishka Esterhazy

"Você não é o Russ Thorne, é?"

Esse filme feito para a TV, de Danishka Esterhazy (a mesma do simpático The Banana Splits Movie), pode não ter a profundidade do excelente filme dos anos 80 e um final redundante, mas é indubitavelmente uma das experiências mais divertidas do terror de 2021. Num filme em que as mulheres andam armadas e os homens fazem guerra de travesseiros, o entretenimento passa por personagens engraçadissímos, o gore de alto nível e pelas referências de Psicose até Sexta-feira 13. Imagine Pânico na Escola encontrando Tucker & Dale.

10. Halloween Kills, de David Gordon Green

 

Enquanto o de 2018 trazia a alegoria para a casa de Laurie e a passagem de geração para geração, pelo tempo, Green continua sua trilogia evidenciando as lendas de uma cidade contemporânea marcada pelo trauma que não é mais apenas de uma família, mas de toda uma sociedade. Certamente, um filme violento. Mas de uma força que evoca o que tanto queremos fugir: a realidade está povoada por monstros. Reféns de uma selvageria sintomática, os grupos de Halloween Kills nos remetem a própria situação criada por Carpenter no segundo filme da franquia, mas aqui com uma vivacidade mais impressionante.

9. Old, de M. Night Shyamalan

Há algo no filme do cineasta indiano que condensa a vida na tela. É uma pretensão que se garante numa narrativa intimista. No longa-metragem, testemunha-se o primeiro contato com a morte, o primeiro nascimento, o primeiro assassinato, os preconceitos, o racismo e a passagem da juventude para a vida adulta com suas responsabilidades. Tudo dentro de um espaço em que o tempo passa rápido demais. O diretor está falando, claro, do cinema. É o próprio Shyamalan que interpreta o homem que registra as experiências das pessoas doentes que são condicionadas entre os rochedos da ilha. Ele aponta a forma com a câmera conta a vida.

Para Shyamalan e seu filme, as coisas passam depressa demais e muitos morrem esquecidos ou por déficit de atenção. Um plano-sequência evidencia esse sentimento ao indicar o nascimento de um bebê e, logo em seguida, as implicações. Do alto da montanha, um homem (como dito, o diretor) registra a vida para suas experiências, para evocar alguma cura em alguém. Estamos diante do olhar divino do quadro, da paisagem e do cinema. A vida serve para outro fim - a arte. É uma metáfora aprisionante e lindíssima.

8. Dýrio (Lamb), de Valdimar Jóhannsson


A característica contemplativa do horror presente em Lamb evoca o mesmo silêncio imperativo de The Dark and The Wind, oferecendo-nos uma percepção profunda desde o núcleo familiar até a natureza de seus ambientes. Um casal enlutado descobre algo que lhe oferece uma "nova chance".  Após não falar uma palavra num almoço inquietante, o irmão que chega da cidade pergunta "que porra é essa?", o marido responde "felicidade". Essas reticências de Lamb são suficientes para compreender o passado de cada um dos que habitam a fazenda, onde podemos ver as cruzes da fazenda, uma mãe enterrando outra e sugestões de casos antigos. As cruzes da fazenda, aliás, são um simbolismo poético para um filme que intriga justamente pelo que não é dito.

7. The Strings, de Ryan Glover

A música é capaz de evocar nossas assombrações, nossos traços de melancolia e observar com um interesse esperançoso o que nos atormenta. É desta forma que Ryan Glover e seu compositor, Adrian Ellis, constroem a trilha sonora que povoa esse terror canadense de alto nível, The Strings, que combina elementos fantasmagóricos com contornos tristes de isolamento nos sons dos instrumentos e nos ecos contínuos de vozes perturbadas. Não apenas é um debut promissor de Glover e uma trilha brilhante de Ellis, como também transmite uma solidão não dita das clássicas histórias de fantasmas. Um dos grandes terrores de 2021. 

6. The Night House, de David Bruckner 

A sombra de algo muito pesado ronda a vida da personagem de Rebecca Hall no novo filme de David Bruckner (O Ritual). A facilidade com que essa presença emerge através do silêncio mostra o talento do diretor em conferir tensão no mundano, nos ecos do passado e nas reticências de um relacionamento cheio de segredos. A atuação de Hall é inesquecível.

5. The Empty Man, de David Prior
 
 

Numa das cenas do ano, o protagonista observa um culto de encapuzados o encarando. Ele dá um passo para trás enquanto eles dão o passo para frente. Eles perseguem o homem vazio, ainda que não seja o que o título sugestiona. Estruturalmente fascinante, o filme carrega influências gigantescas do cinema de Ari Aster, com suas digressões e profundidades a respeito do que parece estranho e desconhecido
 
The Empty Man, afinal, é uma história ambiciosa, que, à primeira vista, parece ser sobre um culto, uma lenda e uma entidade que persegue suas vítimas por três dias. Mas, a medida que chegamos ao cerne de tudo, observamos que é uma história sobre vícios, fantasmas e metáforas.

4. The Stylist, de Jill Gevargizian

The Stylist é sobre uma cabeleireira serial killer, que é interpretada por uma incrível Najarra Townsend. O filme é dirigido pela Jill Gevargizian, que parece ter realizado o trabalho da sua vida aqui. É delicado, impactante, apaixonante e paranoico. A primeira cena é uma das melhores do terror de 2021.

3. The Medium, de Banjong Pisanthanakun


Numa das sequências mais fortes desse falso documentário de Banjong Pisanthanakun (Espíritos - A Morte Está ao Seu Lado), uma cerimônia de exorcismo tailandesa é interrompida pela ação de uma mãe que ouve a voz de sua criança pedindo ajuda. Ela não pensa duas vezes e ocasiona a interrupção de uma necessidade imperativa para comunidade evitar os espíritos malignos que cercam a ela e outras pessoas. Isso evoca a mesma história da irmã de Nim e Mink, uma família que busca se manter aquém da ira dos xamãs e viver a sociedade longe de suas heranças culturais. 

Pisanthanakun faz uma versão moderna de O Exorcista, como se ele fosse pensado e produzido na Ásia, com toques de mockumentary e found footage. É um filme sobre o abandono da fé e a rejeição ao mal com grandes consequências. É o melhor e mais forte filme do cineasta, que cria uma obra pesadíssima, com personagens críveis e ramificações ainda mais.

2. Candyman, de Nia DaCosta
 
 
De uma maneira geral, as sirenes policiais sempre representaram uma segurança no gênero do terror. Que estávamos finalmente seguros e no final daquela experiência violenta. Éramos sobreviventes. Para a geração de Peele, Nia e outros, as sirenes não representam o bem. Elas são parte do temor, elas são parte da violência. O único fim que ela projeta é o da vida. Em Candyman, Nós ou Corra, as sirenes são capazes de assustar. São os enxames que vem para matar.

1. Malignant, de James Wan


Insano, doentio e maravilhoso, a visão repaginada do giallo por James Wan. Aqui, o cineasta muda a sua já conhecida técnica de aparições por uma obra madura a base de luz e sombras. É um thriller incrível, com sequencias de ação espetaculares e que condensa as inúmeras referências de um diretor cuja paixão pelo gênero reflete em sua filmografia. Será um grande clássico do cinema.

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