Bridge of Spies, EUA, 2015. Direção: Steven
Spielberg. Roteiro: Matt Charman, Ethan Coen, Joel Coen. Elenco: Tom Hanks,
Mark Rylance, Alan Alda, Austin Stowell, Jesse Plemons, Dakin Matthews, Amy
Ryan, Sebastian Koch. Duração: 141 minutos.
Não há tempo para
discutir governos nos últimos filmes de Steven Spielberg; apenas as ações de
homens e suas consequências. É a perspectiva humana, o que importa. Deste modo,
a primeira cena de Ponte dos Espiões
é reveladora ao propor um de seus principais personagens, o Coronel
interpretado pelo extraordinário Mark Rylance, num literal autorretrato, onde
podemos observar o homem, o seu reflexo e o retrato que pinta de si mesmo.
Comum ao longo da narrativa, o triplo ponto de vista acerca de uma mesma
situação é sempre fascinante: desde três advogados se reunindo até duas
recepcionistas com um vaso de flores ao centro do quadro, o cineasta busca
constantemente um intercessor para valorizar seus opostos.
James B. Donovan é o
principal intermediário escolhido por Spielberg, sob esta ótica. Em sua apresentação, o destaque é sua fala:
"Não é meu 'cara'. É meu cliente. Há uma diferença". Ali, a sua
trajetória está traçada: o advogado é encurralado pelos sócios no escritório
com o uso de "dever patriótico"; fica numa posição desconfortável
entre dois opostos, enquanto a bandeira americana vibra no fundo; vê-se contra
a parede, na prisão, junto com o seu cliente, num plano belíssimo; para, ao
fim, tornar-se o interlocutor que sempre se esperou dele, numa negociação em
uma ponte pênsil.
Spielberg se importa
com o futuro, em Ponte dos Espiões,
mais do que qualquer outra coisa. Assim, mais uma vez, como em Lincoln, o diretor prefere filmar as
reações infantis em cenas chaves - se antes, o assassinato de um presidente era
trocado pela comoção de uma criança; aqui, um julgamento de um tribunal passa
para uma sala de aula, com todas as crianças de pé, jurando amor à bandeira,
para depois assistir ao país lançando uma bomba atômica no Japão.
Numa guerra de informações, Spielberg discorre sobre julgamentos prévios e escancara nossas realidades em diferentes trens. Ao Donavan analisar uma cena de jovens pulando grades para assaltar uma residência, portanto, compreendemos que ainda que estejamos em linhas distintas, o trilho pode ser o mesmo.
Numa guerra de informações, Spielberg discorre sobre julgamentos prévios e escancara nossas realidades em diferentes trens. Ao Donavan analisar uma cena de jovens pulando grades para assaltar uma residência, portanto, compreendemos que ainda que estejamos em linhas distintas, o trilho pode ser o mesmo.
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